Como a Memória Implícita pode interferir no Marketing Político, na Campanha Eleitoral e nos Negócios

Você removeu muitas das emoções e crenças negativas que vêm de suas antigas experiências. Mas e aqueles que ainda estão lá, flutuando sob a superfície? Muitos de nós caem em velhos padrões e hábitos baseados em experiências antigas, mas não estamos cientes deles no momento! Isso é memória implícita.

Essencialmente, memória implícita é o que acontece quando você não se lembra que você se lembra de algo. Isso soa muito confuso, então vamos elaborar um pouco sobre isso...

Normalmente, quando pensamos na memória, estamos descrevendo o que é conhecido como "memória explícita". Estas são as coisas que podemos lembrar ativamente acontecendo, as coisas que podemos reviver, e o conhecimento que sabemos que temos. Esta é a memória que acessamos conscientemente.

No caso da memória implícita, porém, estamos lembrando das coisas, mas não podemos identificar o que aqueles em cima ou convocá-los à vontade. Estudos mostraram que mesmo quando não podemos lembrar de algo que aconteceu conscientemente, ainda pode acabar afetando nosso comportamento, o que parece demonstrar que ainda nos lembramos disso em algum sentido da palavra. Mesmo que não nos lembremos conscientemente, há algum tipo de "registro" dele que pode acabar nos impactando de várias maneiras e até interferindo em como vamos nos posicionar diante de alguma situação durante o marketing político.

Tipos de memória implícita

Um exemplo de memória implícita, então, pode ser uma memória reprimida como descrito por Freud. Aqui a teoria é que memórias altamente traumáticas podem ser "reprimidas" para mantê-las escondidas de nós conscientemente porque são potencialmente prejudiciais.

Geralmente, porém, este não é o tipo de memória implícita que é discutida. Em vez disso, a memória implícita é normalmente evidenciada pela existência de "priming" onde o participante não tem conhecimento de tal priming.

O priming ocorre quando nos submetemos a certas experiências e cenários que podem alterar nossa percepção ou nosso comportamento. Por exemplo, você pode se preparar para ser mais agressivo, gastando tempo assistindo muitos filmes agressivos em uma sala quente com paredes vermelhas. Da mesma forma, você poderia se preparar para responder a perguntas de uma certa maneira para se tornar mais propenso a responder perguntas subsequentes usando o mesmo paradigma/quadro de referência, com muito cuidado diante das situações públicas ou durante os vídeos e lives para seu marketing político.

A memória implícita também poderia ser usada para descrever outros "tipos" de memória, como a memória muscular que não tem um elemento semântico para que possamos lembrar conscientemente. Uma reação do joelho, por exemplo, pode ser o resultado de uma experiência, mesmo que possamos não lembrar desse evento ou ligar os dois.

Memórias processuais nos permitem fazer coisas como escrever ou andar de bicicleta ou ler, embora novamente eles não tendem a exigir "lembrar" conscientemente.

A razão pela qual isso é relevante e interessante para nós, é porque nos mostra mais uma vez como nossas ações são moldadas por forças que nem sequer estamos cientes. E isso se torna particularmente problemático quando você se encontra constantemente pensando coisas como "Eu vou falhar". Esse pensamento é muito perigoso no marketing político, principalmente durante uma Live ou gravação de vídeos, podendo causar muito retrabalho seu e para sua equipe, gerando inclusive estresse para todos.

Embora você pode não perceber isso, essas memórias implícitas são realmente

influenciando suas decisões subsequentes e suas crenças em geral.

Estudos e como usar a memória implícita

O conceito de memória implícita é relativamente novo e, portanto, ainda não foi sujeito a tanta pesquisa. No entanto, há algumas evidências iniciais que sugerem que tal fenômeno pode ser real. Outras evidências parecem mostrar que toda a memória é "implícita" em bebês, pois eles são incapazes de recuperar conscientemente certas memórias. Outro exemplo é visto em amnésicos que não podem mais criar novas memórias, mas ainda são suscetíveis ao priming e ainda podem ser afetados por memórias implícitas em geral.

De acordo com uma pesquisa, Daniel L. Schachter, a questão restante é se a memória implícita e explícita é regida por um "único sistema subjacente ou múltiplos sistemas".

Efeito Ilusão da Verdade

A ilusão da verdade é um exemplo de um viés cognitivo que pode estar relacionado ao conceito de memória implícita. Essencialmente, a "ilusão do efeito verdade" diz que é mais provável que acreditemos que uma declaração seja verdadeira se já ouvimos isso antes – e mesmo que não nos lembremos de tê-la ouvido. A razão é que pensamos "isso soa familiar", ou registra em algum nível inconsciente, e assim concluímos que deve haver verdade nisso. Esse afeto ocorre sem a necessidade de reconhecimento consciente da memória, o que demonstra o papel da memória implícita.

Existe uma técnica para fazer discursos baseada nesse conceito, não recomendo usá-la no durante seu marketing político, pois pode, e com certeza terão muitos vídeos gravados, e no futuro pode ser usado contra você mesmo esse vídeo gravado, como no recente caso da CPI da COVID no Senado Brasileiro, quando um ex-ministro e outros depoentes, são contrastados a todo momento com declarações e vídeos anteriores já gravados na internet.

Implicações

Embora o tema da memória implícita seja relativamente novo, há evidências suficientes para a memória implícita que afeta a tomada de decisões através de priming e outros mecanismos para justificar a consideração.

Este é um tema que os livros de autoajuda têm sido rápidos para saltar – sem sempre entender completamente o conceito. No entanto, é possível que alguns de seus comportamentos e sentimentos possam estar sendo afetados por memórias que você não está ciente.

Tem sido sugerido por alguns que isso poderia explicar por que às vezes nos encontramos de mau humor ou nos sentindo ansiosos sem saber por quê. Pode ser que algo que encontramos desencadeou uma associação e uma resposta emocional, mesmo que talvez não nos lembremos dessa associação se formando em primeiro lugar.

Também vale a pena ter em mente que isso pode nos levar a tomar decisões imprudentes ou a acreditar em coisas que não são necessariamente verdadeiras. Se você sente que algo deve ser verdade porque soa familiar, ou você se sente atraído por um determinado curso de ação sem saber por quê, então tente tirar um momento para realmente avaliar suas emoções e de onde elas estão vindo antes de deixá-las ditar completamente suas ações.

Então, o que vamos tirar disso? Uma dica poderosa é pensar em todas essas coisas que estão moldando suas emoções e pensamentos sem que você sequer esteja ciente delas. Pense no seu ambiente, e nos pensamentos e crenças que você diz a si mesmo regularmente. Por isso é muito importante aprendermos maneiras novas de lidar com nossas emoções e treiná-las com frequência e até mesmos utilizando de novas técnicas para gravar os discursos de marketing político. Pegando os exercícios novos e adaptando e fazendo vídeos usando-os. Recomendo que apenas nas gravações, os que ficarem bons publiquem.

Você pode influenciar essas coisas positivamente, por outro lado, usando "afirmações positivas". Tente colocar cartas em sua casa que lhe digam coisas positivas, ou lembre-se de tempos positivos.

E quando você se encontra de mau humor, ou prestes a fazer uma determinação pessimista – pergunte-se de onde isso pode estar vindo. Poderia ser algo que tem afetado você inconscientemente?

Só de saber que nossos sentimentos e pensamentos podem vir de "fora" muitas vezes fará muito para nos ajudar a controlá-los.

Continue acompanhando os próximos 4 artigos para saber como mudar a sua mentalidade para o marketing político pode mudar completamente suas estratégias para o projeto político on-line e campanha eleitoral.

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